Commodore 64, também designado por C64 ou CBM 64, foi um computador doméstico exibido pela primeira vez em janeiro de 1982 e lançado pela Commodore International em agosto do mesmo ano. Foi listado pelo Guinness World Records como o modelo de computador mais vendido de todos os tempos, com estimativas independentes indicando cerca de 17 milhões de unidades vendidas. Seu preço comercial inicial foi de 595 dólares.

O C64 dominou o mercado de computadores de baixo custo, exceto no Reino Unido e no Japão, durante a maior parte dos últimos anos da década de 1980. Por um período substancial (1983-1986), o computador teve entre 30% e 40% de participação no mercado dos Estados Unidos e dois milhões de unidades vendidas por ano, superando os concorrentes da época. No Reino Unido, o C64 foi o segundo computador mais popular atrás somente do ZX Spectrum.

Parte do sucesso do C64 foi sua venda em lojas regulares de varejo, em vez de apenas lojas especializadas em eletrônicos ou computadores. A Commodore produziu muitas de suas peças internamente para controlar os custos, incluindo chips de circuito integrado personalizados da MOS Technology. Nos Estados Unidos, ele foi comparado ao automóvel Ford Modelo T por seu papel em trazer uma nova tecnologia para famílias de classe média por meio de produção em massa criativa e acessível. Aproximadamente dez mil títulos de software comercial foram feitos para o modelo, incluindo ferramentas de desenvolvimento, aplicativos de produtividade de escritório e jogos eletrônicos. O C64 também é creditado por popularizar a demoscene e ainda é usado por alguns entusiastas de computadores. Em 2011, 17 anos após sua retirada do mercado, pesquisas mostraram que o reconhecimento da marca para o modelo ainda era de 87%.

História

Tela de início do Commodore 64

Em janeiro de 1981, a MOS Technology, uma subsidiária de design de circuitos integrados da Commodore, iniciou um projeto de desenvolvimento de chips gráficos e de áudio para um console de jogos eletrônicos de última geração. Após a conclusão desses chips em novembro do mesmo ano, a Commodore começou a desenvolver um console projetado por Yash Terakura e que seria denominado Ultimax ou Commodore MAX Machine. No entanto, o projeto acabou sendo cancelado depois que alguns exemplares foram fabricados para o mercado japonês. Ao mesmo tempo, Robert Russell e Robert Yannes, programadores dos chips VIC-20 e SID, respectivamente, criticaram a atual linha de produtos da Commodore por ser uma continuação do Commodore PET, uma linha de computadores domésticos voltados para empresas. Com o apoio de Al Charpentier (engenheiro do VIC-II) e Charles Winterble (gerente da MOS Technology), eles propuseram ao CEO da Commodore, Jack Tramiel, uma sequência de baixo custo para o VIC-20. Tramiel determinou que a máquina deveria ter 64 kB de memória de acesso aleatório (RAM), e a empresa aproveitou da queda do preço dos chips de memória dinâmica de acesso aleatório. Os chips já estavam concluídos em novembro, quando Charpentier, Winterble e Tramiel decidiram prosseguir com o novo computador. Este último, inclusive, estabeleceu um prazo final para o primeiro fim de semana de janeiro com intuito de coincidir com a Consumer Electronics Show (CES) de 1982.

O produto recebeu o codinome VIC-40 como o sucessor do popular VIC-20 e a equipe que o construiu consistia em Yash Terakura, Shiraz Shivji, Bob Russell, Bob Yannes e David A. Ziembicki. O design, os protótipos e alguns softwares de amostra foram concluídos no prazo estipulado, depois que a equipe trabalhou incansavelmente nos fins de semana de Ação de Graças e Natal. A máquina usava o mesmo gabinete, placa-mãe do mesmo tamanho e a mesma ROM do VIC-20. Mais tarde, foi renomeado para C64 e apresentado na CES, em janeiro de 1982. Sua recepção foi bem-sucedida devido à propriedade da empresa na fabricação de semicondutores da MOS Technology, o que fez com que cada máquina tivesse um custo de produção estimado de 135 dólares.